Mês dos professores
Profissionais, alunos e pais falam dos desafios e alegrias do ensinar e aprender
Aos 16 anos, a aluna da 1ª série do ensino médio da Escola Monteiro, Rain Zon, não tem dúvida ao indicar o filme “Sociedade dos Poetas Mortos” como um dos mais importantes da sua vida.
“Está entre os meus filmes favoritos e conta a história de um professor que realmente transforma o modo de ensinar em uma escola tradicional, tocando o coração e mudando a forma de pensar dos alunos”, afirma.
E a identificação não é um mero acaso. No mês em que se comemora o Dia dos Professores, ela reconhece a profissão como uma das mais importantes existentes.
“O professor não é extremamente importante só porque ensina conteúdos, te prepara para uma prova e te ajuda a trilhar seu caminho profissional, apesar disso já ser motivo mais do que suficiente para valorizá-lo e reconhecê-lo. Ele é importante porque te ajuda a se preparar para a vida, nas relações interpessoais, na compreensão do funcionamento das emoções e da sociedade de uma forma geral. Na Monteiro, tive e tenho a sorte de ter esse tipo especial de professor”, considera.
Ela acredita que um professor pode contribuir para mudar rumos de uma vida. “Sei de muita gente pra quem o afeto, a disponibilidade e a paixão por ensinar de um professor mudou tudo. Eu mesma tenho vários professores que me marcaram aqui na Monteiro. A Luciana Carvalho e o Wiliam Acosta, professores de História e de Filosofia, respectivamente, são os melhores que eu já conheci. Nunca vou esquecê-los. O conhecimento que eles transmitem se conecta com a vida da gente, ganha sentido e nos envolve. Agora, no médio, também tem o Lúcio Manga e o Márcio Vaccari, entre outros maravilhosos”, diz.
Fácil, o trabalho realmente não é. Com 30 anos de profissão, a professora de Português da Monteiro Nelmary Cavalcanti afirma que a data também deve ser momento para ressaltar o quão penosa pode ser a jornada para muitos profissionais do País.
“É por demais triste pensar na difícil demanda do dia a dia dos professores e saber que grande parte deles trabalha além dos seus limites, mas acredito demais na educação. Olho minha trajetória e vejo que fiz coisas que considero bacanas: me diverti – e ainda me divirto – com meus alunos, aprendi e aprendo com eles todos os dias, convivi e convivo com colegas competentíssimos com os quais tive e tenho muito orguho de trabalhar...” reflete.
Nel sente que se doou à sua escolha profissional com muito amor e atingiu seus alunos positivamente na maioria das vezes.
Alunos, colegas e pais de alunos confirmam. Mãe de uma ex-aluna da Monteiro, a jornalista Ana Paula Alcantara afirma que Nel é sim um dos professores da escola que fizeram a diferença na vida de sua filha.
“Eu credito muito da minha trajetória pessoal e profissional aos professores da minha vida. A começar pela minha mãe, que é professora e sempre enxergou na educação o caminho para um mundo melhor. Depois, eu citaria Vânia, Sandra, Valney, William, José Pontes, entre tantos outros. E fico feliz ao ver que, desde a educação infantil, minha filha vem tendo a oportunidade de conviver e aprender com professores tão especiais também. Na Monteiro, a professora Cândida Siqueira logo no 1º ano do ensino fundamental trouxe o afeto, o acolhimento e a alegria que deram segurança e tom para o início de uma caminhada que teria Kelly, Janine, Sandra, Nel, Luciana, William, Diogo, entre outros, como nomes marcantes”, ressalta.
Julia Coutinho estudou na Monteiro a vida inteira e agora, mãe, escolheu a escola para as duas filhas – uma, a Laura, está no 3º ano do ensino fundamental e a outra, Alice, começa o 1º ano em 2025. “O que a Monteiro oferece não passa só por transmissão de conhecimento. Passa pela formação seres humanos completos, respeitosos e equilibrados. Os professores são diferenciados e contribuem na formação do caráter das crianças de forma humanizada”, diz, lembrando que a filha Laura agradece pela escola e pelos professores maravilhosos que tem todas as noites antes de dormir.
Professor de Geografia da Monteiro, Diogo Varejão leciona há 27 anos e acha que a influência dos pais foi significativa na escolha de sua trajetória. “Meu pai é formado em História Natural e professor aposentado de Parasitologia da Ufes. Minha mãe é bióloga, especialista em Botânica, professora do Estado aposentada. Então, eu nasci entre provas, correções e conversas. Quando entrei no curso de Geografia na Ufes, foi também por ter passado a vida inteira acompanhando principalmente meu pai em atividades de campo. Ele me levava junto e eu sempre trabalhava com mapas para orientá-lo nas áreas de coleta de flebótomos, insetos. Minha vida foi muito dentro disso”, lembra.
Diogo conta que sempre gostou de tudo muito “explicadinho”, de saber das coisas, de ter acesso à informação. “Comecei muito cedo, com 19 anos, e estou até hoje. Acho que é a profissão que me escolhe todos os dias. Dá trabalho, não é para quem quer... Todo dia é algo diferente, todo dia é dinâmico e todo dia pode te trazer desafios inesperados. Mas eu amo o que faço. Amo minha escolha”, afirma.